Sobre o Capitalismo
Uma das coisas que torna o capitalismo uma ideia permanente é a transformação de pessoas e objetos, em produtos, que podem ser consumidos e usados, e no caso das pessoas, a mão de obra e serviços diversos.
O segundo ponto é o capital ter o poder de tudo adquirir, desde que se tenha o suficiente para tal. São dois desejos humanos, ter poder sobre o outro, e consumir. Então as pessoas se vendem (tempo é dinheiro) para poder comprar , num ciclo interminável de alienação (no sentido de que o dinheiro torna-se divinizado e o poder de compra advém desta crença), mas o que o ocorre realmente é que as pessoas estão no fundo, consumindo o próprio tempo, e umas às outras, e aos recursos naturais, e isto é algo que está longe da ideia de progresso humano real, pois gera um descompasso que cria fatalmente a desigualdade social, porque nem todos detém os recursos para produzir grandes quantidades de dinheiro, e quando o fazem, não o redistribuem de forma igual, criando a miséria das massas em favor do privilégio de poucos.
O capitalismo é uma ilusão, o que se troca é tempo de vida, em troca de recursos, o dinheiro deveria ser um facilitador das trocas, não um gerador de miséria humana alienante. Conclusão, um outro tipo de sistema social ainda precisa ser inventado, pra que o capitalismo como se conhece, passe a ser mais um capítulo na história do tempo humano, e fica a reflexão: o tempo vendido não volta nem se pode recomprá-lo, e quem o comprou, mesmo que quisesse, não o pode devolver.
Gilmar de Marco (novembro, 2021)