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Ativismo Jovem

Vivemos tempos estranhos, crescimento da extrema-direita, racismo, desigualdade de género, e a lista continua. Custa a acreditar que em 2021 ainda temos de lutar contra isto. Se estou preocupada com isto? Talvez um pouco. Mas sei que os jovens, futuros líderes globais, não ficam calados e algo que faz parte do seu ADN é lutar por justiça social.

Temos vários exemplos de jovens ativistas que mudaram o mundo, como Malala Yousafzai, e Greta Thunberg, mas há muitos mais. E quando os jovens se unem? São imparáveis! Sabiam que analistas da universidade de Boston acreditam que a Revolução árabe não teria acontecido se não fossem os jovens? Outro exemplo recente? Os vários protestos nos Estados Unidos da América (EUA) após a morte de George Floyd, que foram maioritariamente organizados por jovens negros.  Mas não precisamos de sair do país para ver o poder dos jovens, como é disso exemplo a Greve Climática Estudantil ou a Climáximo.

Porém, existe uma dicotomia para connosco, os jovens, que tem de acabar. Por um lado, dizem que não nos preocupamos com o próximo, não somos ativos e que a geração mais nova está perdida. Por outro lado, se tivermos um papel ativo na luta por um mundo melhor, somos considerados revoltados, não temos mais nada que fazer ou “sempre foi assim, não é agora que vai mudar”.   Quem nunca ouviu a típica “isso é uma falta de tempo, há coisas mais importantes com que nos preocupamos”? Cá eu já perdi a conta. Como feminista, ouvi inúmeras vezes que não me podia queixar porque mulheres noutros países vivem muito pior. Lá por um país estar pior que em Portugal, não quer dizer que o meu país não tenha problemas que têm de ser combatidos. E por me preocupar com um tema ou país, não quer dizer que não me preocupe com outros. E não nos podemos esquecer que o que fazemos em qualquer parte do mundo, vai ter repercussões noutros locais.

Nos vários projetos em que estou envolvida, seja de ativismo ou não, são muitos os jovens que encontro e me dizem que gostavam de fazer mais, mas não sabem como. Ou que não têm as ferramentas necessárias. Recentemente uma amiga ativista na Greenpeace recomendou-me o site Beautiful Trouble, que tem várias ferramentas de ativismo para os mais variados temas. É uma excelente fonte de informação, mas nem todos precisamos de ser ativistas para fazer a diferença.  O ativismo pode ser feito sem que aconteça uma mudança geográfica e sem recorrer a   grandes ações elaboradas. Exemplos disso? Quando um familiar faz um comentário racista e nós o chamamos à atenção. Ou quando partilhamos artigos sobre violência de género no nosso grupo de amigos. Muitas das causas pelas quais luto agora surgiram na minha vida através de conversas informais com amigos, rompendo assim a minha bolha de privilégio.

Cabe-nos a nós continuar a lutar, votar e não desistir daquilo em que acreditamos. Como diz a Malala, “Levanto a minha voz, não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos”.

Não podemos ficar de fora da discussão, façamos ouvir a nossa voz na sociedade, porque dela também fazemos parte!

Vamos a isto, caro jovem?

 

Teresa Valente, Psicóloga, ativista e voluntária (junho 2021)

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